15 de fev. de 2017

Enredo da Solidão - Anna Peralva


Outra vez é carnaval...
Na avenida colorida
som preenche grande vazio.
Povo alucina!
Entra junto na passarela
e transforma em cores
vivas sua sina...

Horas correm em poesia,
há um que de real
no imaginário do sonhar...
O verso enredo é pura energia,
tempo se movimenta feliz
nos fulgor fugaz das fantasias...

Num grande chão de giz
a paz faz sua coreografia.
A nostalgia do ontem passou...
Hoje sou o tema do enredo,
a bela musa da bateria!
Sou o que preciso ser... Não o que sou!
Sambo sem dor, canto o amor!
Danço felicidade e flutuo em sonhos,
que ousei sonhar um dia...

Hoje quero distância da razão,
cristalizo lágrimas d' alma
e sou corpo em movimentos
livres, aqui não vejo solidão!
Nesses três dias de estesia
desfilo desnuda de tudo!
Sei bem, que quando a festa acabar,
voltarei ao complexo labirinto da vida.
Num silêncio ensurdecedor, serei verso mudo!

6 de fev. de 2017

O SAMBA DO ZÉ - Anna Peralva

O SAMBA DO ZÉ
Anna Peralva
 
Zé é um grande gozador!
Vive nas avenidas da vida...
Zé é um pobre trabalhador,
mas tem gingado de malandro
e no olhar, um que de sonhador.
 
Zé ganha o pão de cada dia
e aguarda extravasar e dançar!
Zé se transforma, transpira alegria
e como se faz, ele gosta de ensinar!
Zé rodopia no salão, vai, vai, vai,
vai driblando a tristeza sorrindo!
 
Sua fé contagia, pois Zé é  folia
que em galanteio e molejo segue,
em busca de uma nova ilusão.
Zé quer samba, igualdade e paz,
poder livre expressar sua emoção
e que nunca a esperança lhe negue,
o direito de ir em frente. Zé vai, vai!

2016