ENREDO DA SOLIDÃO
Anna Peralva
Outra vez é carnaval...
Na
avenida colorida
som
preenche grande vazio.
Povo
alucina!
Entra junto na passarela
e
transforma em cores
vivas sua sina...
Horas correm em poesia,
há
um que de real
no
imaginário do sonhar...
O
verso enredo é pura energia,
tempo se movimenta feliz
nos
fulgor fugaz das fantasias...
Num
grande chão de giz
a
paz faz sua coreografia.
A
nostalgia do ontem passou...
Hoje
sou o tema do enredo,
a
bela musa da bateria!
Sou
o que preciso ser... Não o que sou!
Sambo sem dor, canto o amor!
Danço felicidade e flutuo em
sonhos,
que
ousei sonhar um dia...
Hoje
quero distância da razão,
cristalizo lágrimas d' alma
e
sou corpo em movimentos
livres, aqui não vejo solidão!
Nesses três dias de estesia
desfilo desnuda de tudo!
Sei
bem, que quando a festa acabar,
voltarei ao complexo labirinto da
vida.
Num
silêncio ensurdecedor serei verso mudo!
Trabalho de arte: Augusta Burigo
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